Era mais que uma vez

Percebi o quanto eu estava sendo idiota em continuar presa aos antigos sentimentos, pois de nada é válido travar-me por traumas museológicos, o meu ser pode voar mais alto, ao invés de flutuar entre a terra, foi então que decidi sair dessa trevas neste Natal, e reescrever a nova Era, como eu quero viver os meses de dezembro.

Foi o basta de ser mestiça, resolvi apertar os parafusos de minhas asas, elevar meu âmago do plano paralelo, nem feliz, nem triste, totalmente fria, a minha alma parecia um robô, programado a sofrer auto - piedosamente os estigmas e traumas psicológicos do passado.

Acabou esse teatro-gótico, que cores gélidas do cinza, são muito mais bonitas com as explosões das bombinhas que meus sobrinhos estouraram nesta noite de natal, e a tristeza correu ao ver meu pai e minha mãe em paz um com o outro...

O brilho no olhar do meu pai, feliz em reencontrar sua ovelha pródiga, queimou todas as nuvens frias do céu, e a quarta-feira foi escaldante, toda vez que a Melissa e a Raquel sorriam, pareciam dois anjos musicando a trilha sonora de nossa união..... O susto do meu irmão mais velho Moisés ao conhecer suas irmãs aos 29 anos... o primeiro choro de natal do Daniel aos ouvidos do Johnata,


tudo tão pacato, sereno e normal, para outros, talvez não seja nada demais, entretanto para nós, um milagre! Família materna e paterna conectadas, em paz, em harmonia, e, em amor! Parada ali vendo todos juntos, vi o quanto todos ali tinham uma pureza em comum, e uma áurea cósmica branca com chamas azuis e douradas dominando o ambiente.


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