Parte I



O tempo parece sobrevoar as luzes e as nuvens de todo lugar. Percorre todos os seres, animais e criaturas, caminhamos para vencê-lo, acordados ou durmindo, marchamos numa batalha que entramos involuntariamente desde nosso primeiro som ao mundo.
A madrugada geme, esta noite só de frio, nasceu a escuridão e o sol ainda vai demorar
só de pensar em tudo que vivi na rua, sinto arrepios. Lá fora a lua minguante vai partindo, deixando faíscas de onde nascem fadas da sabedoria. Elas vêem sem manual, talvez eu precise de fé para não perder a oportunidade de enlouquecer...
O tempo continua a correr, e, eu? Eu quero apenas submergir, contudo, nada faço, continuo nessa superfície de ilusão, vendo a chuva cair....

As águas cavalgam à mil cavalos por hora, selvagemente dançam a música da vida e da morte, os cavalos atropelam o tempo, como fogorosos vôos ao ar da tempestade, e os céus com seus trovôes dão o grito da largada: a corrida começara cedo ou tarde ela não termina.
As flores crescem, livres como meus sentimentos antes, adormecidos. A compreensão aflora a razão, e esta entende a loucura, a sanidade abraça e anda de mãos dadas ao caos e destruição, fomos nós o cupido da perdição mundana em que nos arrastamos por oras. Tudo envelhece até que preciso for morrer para um mundo novo surgir...

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